Uma Epígrafe
"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
DECLARAÇÃO DE AMOR (às flores... diria eu)
Minha flor minha flor minha flor.
Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro.
Minha peônia.
Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão.
Minha gérbera.
Minha clívia.
Meu cimbídio.
Flor flor flor.
Floramarílis. floranêmona. florazálea. clematite minha.
Catléia delfínio estrelítzia.
Minha hortensegerânea.
Ah, meu nenúfar. rododendro e crisântemo e junquilho meus. meu ciclâmen. macieira-minha-do-japão.
Calceolária minha.
Daliabegônia minha. forsitiaíris tuliparrosa minhas.
Violeta... amor-mais-que-perfeito.
Minha urze. meu cravo-pessoal-de-defunto.
Minha corola sem cor e nome no chão de minha morte.
Carlos Drummond de Andrade
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6 comentários:
Ah, que poema, meu querido Eurico, num começo de semana!
Assim, sim, vale a pena!
Maravilha!
Abraço, amigo!
eis a lição do mestre, há que se render toda a flora,
abraço
Eurico como as flores estão em nosso caminho, falo por mim que sou de Sarandi, uma flor indígina... e como as flores estão em nosso partir e o poeta sabe e diz o quanto o solo de chegar e de partir nos toca.
Um beijo amigo e boa semana.
Carmen.
Acho que o mestre Drummond estava pensando em mim quando fez essa declaração.(rssss)
Grande abraço e o desejo de que tenhas uma semana cheia de contentamento.
Uma semana muito linda para vc meu querido amigo!
Bjs.
Tantas flores que senti o aroma perfumando o ambiente.
beijo
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