Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

domingo, novembro 11, 2012

FLOR DE NADA


UMA FLOR?
E. B. Brito

















 





I

As coisas todas brotam de outras coisas,
concretas ou abstratas.
Frutas da physis,
poíesis,
todas inatas...


II

As rosas,
surgem das rosas.
Idéias,
nascem de idéias.
Azaléias, flores simples,
surgem dentro de azaléias.
Tudo isso que nós vemos
vem à luz como aletéia,
desde que em seu ventre haja o ensejo
de um fundo idêntico a si mesmo...


III

Mas,
um verso, flor de nada,
emerge, espontaneamente,
disso oco e sem sentido
que existe dentro da gente.
Sua forma, (isso que lemos,
esse agora, esse presente),
é o fundo igual que aflora,
é o ser passando a ente.




Fonte da imagem:
AbARCA

sábado, novembro 03, 2012

CIRANDA


UMA CIRANDA E MEIA
E. B. Brito


 
Há uma fogueira ancestral, no meio da praça!
E dança em círculo,
uma gente jubilosa.

No céu, giram miríades de astros sorridentes.

Deus vela pela alegria do efêmero,
e pela festa ao instante que passa...

Sua Mão cuida das nossas órbitas.
Nele vivemos, nos movemos e existimos...
Nele, o infindável movimento circular.
Giremos, pois, nessa ciranda.
Dancemos ao Eterno fluir...
Assim seja, sempre!
....
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Eurico


Fonte da imagem:
AbARCA