Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

sábado, agosto 11, 2012

REFLORESTA


Imagem do Google




























Luz e sombra, verde, funda,
coisa densa, quase bruma,
face úmida de alguma poesia...

Chã de oculto e inculto húmus,
seixos, limo, correnteza.
Voz de arroio em sons potáveis,
harmoniosa beleza...

Sob a sombra, prenhe, fecunda,
mãe, frondosa,
nessa ubérrima penumbra,
misteriosa,
refloresce, vária e miúda,
numinosa,
cristalina e imensa, a Vida...




Ao velho Brennand, pai, que,
ao seu modo, com guarda-montada e rondas,
foi o primeiro protetor de nossa mata varzeana.

2 comentários:

Unknown disse...

os sons potáveis se derramam nos versos, tão cristalina a palavra



abraço

Tania regina Contreiras disse...

Que perfeita sintonia com a natureza e a vida. Só isso explica a poesia, que é quase imagem. Palavras que se igualam a um estado de contemplação.

Abraços,