CAVALO DOIDO - Emanuel B. Brito |
eu não invento
um arte-
fato; estou
no próprio arte-
fato
que (se) constrói
tritura
mói
rumina
depois, atiça
cospe, vomita;
estou na Liça,
isso-que-avança,
ginete e lança
guerra gregária
sou luta e dança
bellum sine bello
guerra sem guerra
bellum sine bello
guerra sem guerra
em lances belos;
desejo, anelo
que se projeta
que se reinventa
sou esse estado
de sobressalto
nessa intra-estrada entre-
aberta,
cavalgo em alerta!
e enquanto troto
eu me desloco
e aloco vozes, eus
antevisões
convoco
forças plurais
pulsões
e invoco d’eus E
povoo o espaço
com multidões
faço e disfarço
forço o desforço
por todo lado
esses mil lados
esses meus lados
e em fuga, invado
a terra ao lado
uma outra terra
não mais agrária
terra não-terra
disforme e vária
e me desloco
(belo, sim, belo!)
feito um martelo-
agalopado
em campo aberto
por esse estro
lócus incerto/devir-cavalo
cruzo o deserto
cruzo, acasalo
cruzo, acasalo
re(po)-
voando...
voando...
Fonte da imagem:
4 comentários:
Porreta, porreta, porreta
Taí, tô gostando, acho que vai dar bolero, lero !!!
ô beira-mar, ô beira-mar, o galope só é bonito, quando é a beira-mar: ai quem me dera uma viola pra tocar,
abração
Um belo galope, meu amigo Eurico,
forte abraço
c@urosa
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