Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

domingo, agosto 26, 2012

ISSO (com Imbira)


IMBIRA - Emanuel B. Brito
 




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “...menino sonha com coisas
que a gente cresce e não vê jamais...”

Roberto Ribeiro (de Nelson Rufino e Zé Luiz)
 
 
Disso que, em verdade, não vejo
e que, sinceramente, a minha mão não alcança;
é dessa coisa singela e estranha
que cuido o dia todo, todos os dias...
Disso que, enquanto olho, não percebo o tanto,
(porquanto, é a minha alma, estrábica)
é nisso que me ocupo,
eis minha fábrica:

Isso, inefável,
Isso, indizível,
Isso, volátil e jamais tocado...

Nisso me erijo
desde criança,
Nisso invisível (eu, que não creio),
sonho o meu sonho,
nessa esperança...




Nota do blogueiro:

Esta série de poemas, uns novos, outros reeditados,
desde 22/08/2012, apresenta uma novidade:
o trabalho do amigo-irmão Emanuel Bezerra de Brito,
que, depois de algumas décadas, reencontrei pelo google.
Ele é filho do Crato, mas andarilho, como todo bom cearense.
E esse é dos bons mesmo,
dou minha palavra como garantia,
e vou além, dou a minha poesia...

Bem-vindo, Mestre!
Taí a tua Imbira, onírica e bela,
ilustrando Isso, que nem sei se é poema ou não.

2 comentários:

Unknown disse...

alma estrábica, nunca tinha pensado nisso. deve ser uma genética de espírito, metafísica intangível



abraço

lula eurico disse...

Ou janelas da alma, mas, oblíquas e embaçadas, sei lá, amigo Assis hehehe