Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

sábado, julho 11, 2009

Pausa para ouvir uma locomotiva (tendo ao fundo Debussy)

Desanimados? Entediados? Deprimidos?

Pois, escutem, amigos, as palavras desse homem, que se definiu como uma locomotiva de pintar. Que pintou com febre, entre delírios, com chuva e com sol. Pintou até com uma tempestade de areia nos olhos. Atentem para a sua pureza d'alma e sua ingênua, mas sábia, compreensão da realidade. Seria um naïf, em nossos dias? Mas, o que ele não faria se tivesse a tecnologia que nós temos!

Atenção: cliquem Esc para inibir o áudio da página. Há uma linda rapsódia de Debussy, como fundo musical do vídeo.

P.S.: esqueci de dizer que o texto desse vídeo é baseado em fragmentos do livro Cartas a Theo, que revela a amizade, profunda e fraterna, entre os irmãos Vincent e Theodore Van Goh.

8 comentários:

Anônimo disse...

Acabei de adquirir "CD Claude Debussy/ Aldo Ciccolini - Complete Works For Piano (5 CDs)"
Por total influência do senhor.
Posso mandar a fatura? Rsrsrsr.
Bjs querido.

Éverton Vidal Azevedo disse...

Eurico,

Nao sei nem dizer o quao foi bom, o quao foi aula, o quao foi vida, assistir/ouvir a este vídeo agora.

Guardei-o.
Obrigado.
Muito obrigado mesmo.

Ilaine disse...

BOm dia, Eurico!

Manhã de domingo, cedinho...
No Brasil ainda madrugada.

Que maravilhoso este vídeo, Eurico. Cartas de Van Gogh, sábias e sublimes: " A pintura no estado em que se encontra, promete torner-se mais sutil, mais música e menos escultura. Enfim, promete a cor."

E Quintana versa assim:
"O que seria de Van Gogh, se não fosse o amarelo?"

Beijo

lula eurico disse...

Queridos amigos, bom dia!

Fátima,
aproveita e dá uma passeada pelo google e leia tudo sobre ele. Se é que vc já não o fez.



Éverton,
pode crer que quando posto algo assim é pra mim. Passei 4 dias sem escrever nada, problemas no trabalho, sabe... coisas bobas, que me tiram a concentração pra poesia... e toda vez que estou assim lembro dele, do Vincent, que em 37 anos fez a obra que fez. Contra os cânones academicos, ou, apesar deles; apesar da vida frugal, quase miserável; apesar dos distúrbios nervosos...
Bem, escrever é preciso!
Abraço, Poeta!



Ilaine,

" A pintura no estado em que se encontra, promete tornar-se mais sutil, mais música e menos escultura. Enfim, promete a cor."

Que definição de um tempo, nessa frase do Vincent. Ou seja, que antecipação no tempo. Falava ele da vibração da cor, da frequência que há no espectro visível da cor. Falava?
Não.
Sentia, Ilaine, ele sentia.
Vincent não era um físico, era um pintor. Pintava com a alma, como o corpo todo.
E percebia, creio nisso, que não era apenas a anatomia, a composição, a perspectiva, o que havia de fazer a arte pictórica atingir a sua essência, e deixar de ser apenas mimética, cópia da natureza. Vincent viu cor! Mergulhou sua mente na cor. Entregou o seu corpo à cor.
E nos deixou esse legado, essa emoção, essa sabedoria profunda.
Salve o amarelo! O Sol nos olhos de Van Gogh!
E viva Quintana, por ver isso!

Abraço nos madrugadores e bom domingo!!!

Canto da Boca disse...

“O país e a pátria estão em todos os lugares”! Me envolvo e me vejo tão profundamente aqui que fui em todas as paisagens com VanGogh. E ainda por cima, a matéria se trata de cartas, uma temática que eu amo tanto... Além de todos os elementos contidos aqui nesse vídeo. Vizinho, outra vez e mais: obrigada por nos emocionar! Obrigada, por nos trazer o belo cotidianamente, como se fosse o sol mais amarelo, o girassol mais amarelo que a retina do artista vislumbrou e eternizou com seu pincel. Assim as cores se misturam nos dias em que a saudade gris teima em deixar o invólucro tão cinza ou mais que ela.

Um cheiro carinhoso, extensivo aos seus e às suas!

;)

lula eurico disse...

Oi, Boca. Li vc no Palim. É vc né?
Grato tb por vires aqui. Essa interação faz muito bem pra mim. Esse é um espaço em que se discutem e dizem coisas incomuns. Um espaço pra se respirar, longe dessa atmosfera tão pesada e sem oxigenio do mundo lá fora.

Bem vinda sempre, viznha.
Nossa pátria é nossa língua. Por isso está em todo lugar. E tome-se língua como um espaço de expressão, de comunicação, de aconchego, de afago, tome-se língua como uma psicosfera, como cultura, como mentalidade de um povo, de uma nação.

Abraço fraterno.

Canto da Boca disse...

Sim, vizinho, sou eu no Palimp, a Euza achou que meu texto tinha condições de lá estar, então estou, risos. É um texto seu já conhecido.
Eu acho a interação a pedra de toque dos blogues, pena que eu não saiba fazer uso total dessa ferramenta, e por enquanto, também não posso estar sempre.
...Língua como comida, alimento!
E aquele abraço cheinho de carinho, vizinho!!
;)

lula eurico disse...

Vixe, que coisa boa. Carinho é bom demais. E qdo é assim, fra/terno... é bom demaisssss!

Abraço, vizinha.