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Os povos ágrafos instalam-se na sala
e criam os novos tons da nova fala.
Não mais verbetes, mas, balbucios em torvelinho
pois todo o léxico se esvaiu sobre um desvio...
No vão,
um velho-
mundo desfilia-se.
Nasce a contra/dicção;
Instaura-se uma nova i-lógica.
Cada sentido,
todo o sentido, percebe-se por música,
síncope, calafrio.
Exato agora é o tufão.
Os zíngaros sopram pífaros
e os romanis em circos
inventam novo chão
de lona,
provisório, movediço
e cada passo é falso
é mais um precipício, um início, um indício.
A aurora invade a tela.
É a primavera!
:
beduininhos, crianças gipsy, infantas dançarinas lusas, pivetes roms, childrens sioux, apaches, manuches, romanichéis, curumins tapuias, fulniôs, calons, ciganinhos judeus, negrinhos bantus, bororos, bambinas zíngaras, neo-moicanos, pastorinhas celtas, niñas bailarinas de Córdoba, de Granada, filhos de candangos, caipirinhas das Gerais, matutinhos paus-de-arara, os nordestinos... os meninos palestinos, todos dançando em círculos. É a primavera!
Eterno-ritornelo
eis o renovo,
o drão contra o dragão
o que se insurge e faz
da morta-natureza, a viva,
a que se salva, essa que jazz
e muda e se con/trai,
e vibra em bela língua,
candente, rediviva, aqui, ali, alhures,
essa língua que vlax, que não-vlax
que vive onde se esvai...
Nota do blogueiro:
(vaticínio em vísceras de galos sírios)rsrsrs
Dedicado ao poeta-amigo-irmão Waldomiro Ribeiro,
que de ribeiro só tem o sobrenome,
pois o que Miro nele é um imenso e caudaloso rio,
com cachoeiras e correntezas, com nascentes e estuários...
Abraço fraterno, Waldomiro!
Spanish Guitar - Flamenco - Al di Meola, Paco de Lucia, John McLaughlin - Jazz Latin Instrumental:
6 comentários:
FELIZES PARA SEMPRE
é clichê,
é ilusório,
é passageiro,
mas é um bocado bonito, também!
Feliz Ano Bom!
Abraço.
há musica, hay dança, andemos, andança - andamento universal, com_passo plural.
da Babel a Babilônia há tantas vozes em canto, a linguagem universal é a algaravia onde se vive o tudo e o nada ao mesmo tempo,
abração
p.s. esse trio que toca é da pesada
Grato, Assis,
essa coisa/poema tem um pouco da sonoridade baiana, do que é tem no tabuleiro universal, do Dorival e dos outros novos baianos, como tu.
Que coisa, Eurico!
Belíssimo. Sei que estaria na gravura!
Pelo menos concorde da grandeza de sua poesia.
Beijos
Mirze
Mirze, amiga,
tua generosidade é frondosa. Colho as frutas de teu altruísmo intelectual.
Esse é mais um experimento poético agenciado por fluxos de outros sujeitos, de outras tribos... vejo-me entre eles, como em água corrente, não mergulho, apenas bóio, à superfície...rsrsrs é só isso essa coleção de verbetes, digo, de torvelinhos. rsrsrs
Abraço fraterno.
Felzes dias.
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