Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

quarta-feira, dezembro 07, 2011

DO MÉTODO (para uma gnosiologia do sensível)

















O vento sobre o molhe extenso...
Algo revolto.
O vento...


Sentir?
Pensar?


Os olhos sabem a luz.
Plurais ou azuis;
Os pés, dois aprendizes na areia.
E esse descompassado palpitar.


Intensidade?
Imensidão?


Caminhar.
Isso clareia, coração.
Mas cada passo é um mar.



fonte da img:
ARARÊ


Debussy: Dialogue du Vent et Mer

3 comentários:

Dauri Batisti disse...

O que se revolta, o que está em volta o tempo todo. Pensamentos de sentir. O que abre os olhos o que dá luz à luz, o sem fim. Sentimentos de pensar. Ah, sair, sair, vazar os limites, falar por intensidades. Caminhar como única possibilidade de ter alguma luz. Mas cada passo é uma imensidão. A poesia, tua poesia, a nossa, a poesia ajuda a dar o passo. Debussy ao fundo dói uma dor milenar, a de viver de caminhos. Caminhar...

C@uros@ disse...

Pois é meu amigo poeta, e essa imensidão que a imagem do mar nos traz...lindo,lindo, mágica imagem que nos transforma!

forte abraço

c@urosa

Rejane Martins disse...

Descompassa mar e maré este teu passo à frente, Eurico.
Entre o vento e o mar, Debussy deixa claro o silêncio a compor a cena. Somos quatro, portanto: o vento, o mar, o silêncio e o diálogo mudo. Um belo poema como este promove o critério de luz na cena.