oqueimPORTA - E. B.Brito |
Naqueles dias lia Foucault, As Palavras e as Coisas, e, depois de animado debate com Lana Reis,
estagiária do Memorial da Justiça, sobre a estética modernista com "a dura poesia concreta de suas esquinas" em contraponto com certo exagero neo-barroco e outras questões interessantes, a danadinha desafiou-me a fazer um poema sobre a porta da nossa sala de trabalho. Fiz. Creio que dá pra publicar aqui:
UMA ROSA RASA
À porta, o simples:
ergue-se o ser plano e angular,
mera tábula.
À porta, o singular:
planta de folha única,
monolito em eucatex, uma rosa rasa.
À porta, a estética:
fruta de sua função.
bela sem ter a necessidade de pétala.
À porta, aportam
a forma e o fundo:
silogismo binário, o geométrico e profundo
ser que abre e fecha
a prosa do mundo
Eurico
14/06/2001
Poema dedicado a Lana Helane Reis Raposo,
uma das pessoas mais brilhantes que já conheci,
e de quem recebi lições profundas e belas
que guardo com o carinho e o cuidado de um eterno aprendiz.
Um comentário:
Onde aporta o belo
Postar um comentário