Ao fundo: Paso Doble - Mantovani
eu não invento
um arte-
fato; estou
no próprio arte-
fato
que (se) constrói
tritura
mói
rumina
depois, atiça
cospe, vomita;
estou na Liça,
isso-que-avança,
ginete e lança
guerra gregária
sou luta e dança
bellum sine bello
guerra sem guerra
bellum sine bello
guerra sem guerra
em lances belos;
desejo, anelo
que se projeta
que se reinventa
sou esse estado
de sobressalto
nessa intra-estrada entre-
aberta,
cavalgo em alerta!
e enquanto troto
eu me desloco
e aloco vozes, eus
antevisões
convoco
forças plurais
pulsões
e invoco d’eus E
povoo o espaço
com multidões
faço e disfarço
forço o desforço
por todo lado
esses mil lados
esses meus lados
e em fuga, invado
a terra ao lado
uma outra terra
não mais agrária
terra não-terra
disforme e vária
e me desloco
(belo, sim, belo!)
feito um martelo-
agalopado
em campo aberto
por esse estro
lócus incerto/devir-cavalo
cruzo o deserto
cruzo, acasalo
cruzo, acasalo
re(po)-
voando...
voando...
Fonte da img:
7 comentários:
Curtindo sua poesia e ouvindo ao Zé Ramalho cantar Nave Interior ... Naõ é de fora que a nave vem é de dentro da gente que a nave sai... Tudo de bom em tudo e em 2012 vamos continuar caminhando lado a lado!
Ai Eurico!
Me ensina a fazer poesias lindas assim!
Lúcidas e frenéticas!
Parabéns, poeta!
Que 2012 venha recheado de coisas lindas!
Beijos
Mirze
Estou por aqui, pela manhã, fazendo a leitura desse poema galope, e admirando sua arte. Bem faz você.PARABÉNS!
Um abraço forte
Mirze, vc já faz poemas lindos.
Fico feliz pq vc se identifica com os que escrevo.
Abç fra/terno
Grato, Dauri.
Eu diria arte-experimental, ideoplástica, conceitual.
Estou experimentando os fluxos que me perpassam e me deixando boiar nessa corrente. rsrsrs
Abç fraterno
Veloso,
bom te ver por aqui.
Que tenhas dias felizes em 2012.
das escotilhas, feéricas, fermata.
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