Variações em Frevo-de-rua
(Jazz-band lírica Op. 2)
Criam clarões os clarins...
...e os tubas, vindo em seguida,
entre o bumbo e o bombardino
bois-bumbás, bumba-meu-boi
dividem o tempo e o espaço
em sincopados compassos
dois por dois,
binário, o baixo
du'a batucada maluca
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
A turba, atabalhoada,
pula-pula na fuzarca.
Invadem a vida e a praça,
mil passos altissonantes;
dançam bobos, mascarados,
dançam, em alegre dobrado.
Do frenesi faz-se música:
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
Logo, irrompe a clarineta em solos de fantasia,
modulações dionisíacas duma
linda melodia,
com imprevistos fraseados
e semi/breves volteios,
variações sobre um tema,
floreado de trombetas
da metaleira-motriz,
de oitava em oitava/oito e oitenta:
Olinda linda carnavalinda
Recifervente, pimenta.
Multidão dodecafônica
multidão doida sanfônica
a turba espremida em síncopes
a vida espalhada em blocos
a dança branda e violenta
da vibração que se inventa
a trombone
ou percutida,
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
Num rasgo, o saxofone,
varando a noite, o insone
musicista da retreta.
(quem dorme no carnaval? )
ninguém dorme
apenas brinca...
Olinda carnavalúdica
Recife carnavalírica
Eurico
19/09/2010
binário, o baixo
du'a batucada maluca
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
A turba, atabalhoada,
pula-pula na fuzarca.
Invadem a vida e a praça,
mil passos altissonantes;
dançam bobos, mascarados,
dançam, em alegre dobrado.
Do frenesi faz-se música:
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
Logo, irrompe a clarineta em solos de fantasia,
modulações dionisíacas duma
linda melodia,
com imprevistos fraseados
e semi/breves volteios,
variações sobre um tema,
floreado de trombetas
da metaleira-motriz,
de oitava em oitava/oito e oitenta:
Olinda linda carnavalinda
Recifervente, pimenta.
Multidão dodecafônica
multidão doida sanfônica
a turba espremida em síncopes
a vida espalhada em blocos
a dança branda e violenta
da vibração que se inventa
a trombone
ou percutida,
Olinda carnavalinda
Recife carnavalúdica
Num rasgo, o saxofone,
varando a noite, o insone
musicista da retreta.
(quem dorme no carnaval? )
ninguém dorme
apenas brinca...
Olinda carnavalúdica
Recife carnavalírica
Eurico
19/09/2010
8 comentários:
E lá vou até do bloco.....
Sabe que é muito bom ler as letras da música? E imaginar e poder sentir daqui o clima de alegria, de amizade, de valorização da cultura.
beijo
Que riqueza, Eurico!
Que riqueza!
Inspiração grandiosa esta que lhe veio, dando-nos, como resultado, este belíssimo poema!
Das mais lindas obras que já li, acerca deste tema!
Encantou-me!
Enorme abraço, amigo, grande poeta.
vejo que aqui se respira/inspira frevo e carnaval, mistura prá lá de contagiante
abraço
Maravilha, cumpadi!
Olá Eurico,
primeiro preciso dizer deste visual azul pelos lados, com essa flor que sai voando, voando e chega aqui, acariciando meu rosto. Muito legal. Está assim, com jeito de verão.
Agora, os seus Carnavalírico, cantando a vida nas flores, no beija-flor e em Olinda. Com letras gostosas de se ler, fico aqui a imaginar que na melodia. com certeza, contém muita alegria.
Abração
Oi, Jacinta,
apesar de que as canções dos blocos líricos costumam ser um pouco nostálgicas, as Flores do Capibaribe possuem a marca da alegria. Por esse motivo, a ala dos compositores do bloco cuida em dar um tom menos melancólico aos nosso frevos-de-bloco, uma variante das marchinhas, com toda a harmonia sustentada em pau e corda: flautas e clarinetas, banjos e violões.
Esse é o nicho mais poético do carnaval multicultural do Recife.
No bloco lírico se dança lentamente, dos oito aos oitenta anos rsrsrs
Essa é a minha praia.rsrs
Saudações líricas.
Beijos e flores!
Que bom Eurico,
porque a letra dos seus carnavalírico merece algo com muito, muito, muito menos nostalgia.
Se tiver oportunidade, disponibilize a música prá gente, aqui no blog. Vai ser legal escutar as letras do Eurico em pleno carnaval nos ares de Vila Velha.
Abraço, de novo
O Carnaval de Olinda deve ser lindo, um dia ainda estarei aí...
Beijos.
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