Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

terça-feira, junho 30, 2009

Poema Espelhado (um tributo tardio a Leila Diniz )




imagens do google

(
Ei-la!
Feminina pulsação da liberdade.
Um olhar dentro dos olhos do futuro.
Lá onde não mais existe
o imaginário
peso da culpa original.

Nem bela
Nem adormecida
Corre nos campos
Grita nas praças
Luta nas fábricas

Ei-la,
desfazendo mitos e lendas.
Nem tão branca
Nem tão neve.
Sem maçãs a dar
Nem a receber.

Ei-la!
Nos encontros
Nas conversas
Nas alcovas,
Ei-la, afinal.
Um jeito livre de ser.
Orgástica,
luminosa,
natural:
eis a nova mulher,
a mirar-se em outro espelho!
)


(Dedicado a todas as mulheres desse novo tempo, que aqui se mirarem.)

***

Em tempo:

todo dia é dia da nova mulher.


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Fonte da mid:
Suíte Retratos Chiquinha Gonzaga – Marco de Pinna

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9 comentários:

Maria Eliza Marques disse...

Belíssimos versos!

Eis que a nova mulher, de tantas em uma só, se 'perdeu'. E hoje ainda procura-se pelo novo de então.E continua a ser novidade rara que se busca, se busca...e quase não se acha.

Anônimo disse...

Muito lindo!
Bjs.

lula eurico disse...

Sabe, gente... eu sou um jovem de 53 aninhos, mas lembro de quando surgiram as calças compridas femininas, acho que eram as tais pantalonas. Minha mãe relutou em usá-las. Hoje, com 75 anos ela passeia, muito à vontade dentro de suas calças.
Lembro também do sofrimento das mulheres desquitadas, que não podiam nem namorar, porque era "feio" e elas se sentiam envergonhadas. Hoje elas são amadas e felizes.
E as que já não eram virgens ou as que eram mães solteiras... meu Deus, que terrível que era a vida delas. Tem até um samba em que uma ateou fogo às vestes, pq teve vergonha de ser mãe solteira.
Isso tudo é passado.
Graças a Deus e às próprias mulheres. Não vou aqui teorizar com causas econômicas, via marxismo. Deus me livre.
Mas creio na nova mulher.
E comemoro a sua chegada!!!

Ilaine disse...

Linda Leila.
Um poema belíssimo, Eurico , que canta a mulher, a nova em todas as idades, que não está mais adormecida: atual, livre, lutadora luminosa. Obrigada, por esta homenagem especial para todas nós, mulheres de nosso tempo.

Abraço, com carinho

lula eurico disse...

Ilaine,
É isso mesmo! Para todas as mulheres que sabem viver essa oportunidade de estar aqui e agora. Esse é o tempo da mulher. A "anima" está voltando para mudar o curso da história. Basta do machismo político, intelectual, científico, poético. A civilização do macho anda a destruir a natureza. Espero pela Mulher, uma nova aurora do planetinha azul.

Parabéns, amiga.

Ines Mota disse...

Leila,inesquecível!
Uma mulher à frente do nosso tempo!
Obrigada pela visita. Volte sempre!
Um beijo. Um ótimo final de semana.

Éverton Vidal disse...

Mais uma vez fostes fantástico Eurico. E esse veio com cara de cançao sabe, imagino a voz de um Chico rs.
Aquele abraço.

lula eurico disse...

Abração, Éverton. É mesmo! Tem jeito de canção... rsrsrs
Também componho ao violão, sabia?

Grato.

Rejane Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.