Na estrada velha de Aldeia,
longa e sinuosa estrada,
soprava o vento em meu rosto
em alta velocidade.
Na velha estrada eu fugia
Do que há de mim na cidade.
Essa aflição de homem urbano
nessa polis saturada:
Angor;
Náusea;
Arritmia.
Medo de tudo e de nada.
De repente,
na tangente
De uma curva acentuada
Saí de mim
E da rota
Segura da velha estrada...
Lembro que vi bambuzais.
E uma luz triangular.
Duplo etéreo?
Fogo-fátuo?
Perdida a noção de espaço
às margens da velha estrada.
Fiquei ouvindo zumbidos
de auto-rádio, ruídos,
sons de maracás e guizos
feito sons de pajelança,
no acostamento da estrada.
Na velha estrada de Aldeia,
sinuosa e velha estrada,
Por um instante eu fui veículo
Da plenitude do Nada.
Uma Epígrafe
"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]
domingo, junho 21, 2009
Duplo Etéreo (relato de EQM)
Marcadores:
biografia poética,
brincadeira linguística,
novo poema,
objeto fonético
Assinar:
Postar comentários (Atom)
10 comentários:
E estar pleno do Nada é estar pleno de si porque ai encontraste uma constatação de ordem cósmica.
.
Duplo etérico para os crentes desta domensão, seria um 'corpo' sutil quintessenciado. Para poucos, amigo, bem poucos sabê-lo e nutri-lo.
.
Digo mais uma vez que és muito.
Muito mais que nada e portanto tudo e nada...
(risos muitos)
Recebe o carinho dessa doida amiga d'infância.
Belíssima estrada, hein?
Eu quero dirigir por ai
à 220 Km. Pode?
Abraços.
QUERIDO EURICO, NÃO TENHO PALAVRAS PARA DESCREVER TANTA BELEZA AMIGO... ABRAÇO-TE COM AMIZADE E CARINHO,
FERNANDINHA
Pode dirigir, mas é carroçável. Talvez numa charrete, que tal?
A 20Km por hora rsrsrsrs
Lembra-te que tudo aqui é fingere. Sou um eu-lírico e o monge ainda está bem no futuro... kkk
Bonito vai ser o poema, tanto quanto este, em que falarás da volta à cidade depois de ter rodado pela velha estrada da aldeia.
Linda fase nas tuas palavras, lua cheia.
Um abraço.
Já tive, documentada, mas não soube me expressar tão lindamente assim. Ficção ou verdade, é belo.
Se quiser ver:
(http://transmimentos.blogspot.com/2007/08/eqm.html)
Beijos
Olá meu caro amigo Érico, "quem é vivo sempre aparece", você fez uma visita lá no meu blog do Normal, agradeço o gentil comentário. Aquele espaço é de reflexão e estudo dos meus alunos do Curso Normal. Espero sua visita no meu blog para a comunicação e a expressa (caurosa.wordpress.com), será muito bem vindo. Eu não sou poeta, mas admiro e gosto muito da poesia e dos poetas. Parabéns pelo seu trabalho.
Paz, harmonia e inspiração em sua vida.
Forte abraço
Caurosa
Nossa! Grande poema...
Sua linguagem é muito boa! Parabéns
Abraçooo XD
Tão lindos, poema e estrada,
na plenitude do Nada
Abraço pra você.
E...cheguei nesta Praça Pública e me encantei. Virei por aqui, sempre.Este túnel verde de bambús
tem oxigênio para o mundo e o blog é uma das mais felizes descobertas dos últimos tempos.
Voltar a nossa aldeia, a uma estrada poerenta, às lembranças inesquecíveis...andar, não importa como e se reenergizar. A imagem e as palavras são vida e encanto. Vou, mas volto logo. O Brasil é imenso, mas se parece do nordeste ao sul. Abraço amigo Poeta e obrigada por suas queridas palavras no blog da Lua (Luarfricano). Muito grata. Vera
E nem combina, não. Se buscamos a aldeia justamente pela quietude, por certo os ponteiros de relógios ou velocímetros dos auto, não comporiam o cenário.
óbvio que percebeste que lá seria a palavra 'dimensão'.
E quem de nós não tem cá a humanidade que nos faz diferentes e em alguma medida, iguais.
Beijos, eu sempre volto para ver se há e havendo, ler tuas respostas gentís.
Abraços, amigo.
Bom feriado e boa semana.
Postar um comentário