Caminhar nada mais é
do que um pé alçado e outro no chão.
O movimento é meramente o ritmo
de alternar os pés.
Andar, portanto, não carece de metáfora nem de alusão.
Assim é este poema
Umas parcas linhas escritase outras não.
Alternam-se, ora as entrelinhas,
ora os signos.
Nada no poema move-se
para além do caminho que persigo.
Passos perdidos...
Eis a ilusão:
O adjetivo.
Fonte da imagem:
Passos
16 comentários:
Lindo poema, meu querido Eurico!
Refexivo...
Abraço saudoso da
Zélia
Li, fui à fuga da quinta e voltei pra te reler e dizer-te: bom demais ver-te caminhando, Eurico - palavras modificam o substantivo, iludem estes perdidos.
Mano, sei que ando em falta... Nunca, porém,deixarei de pensar e você. É assim, simplesmente.
O poema quase nu- e nas entrelinhas tão belo... O adjetivo que define, que caracteriza... que veste.
Beijo
EURICO!
Porque você não se chama EuGênio?
Impressiona como do nada sai um poema! Lindo!
Beijos
Mirze
Adorei, amigo, abs.
Mirze, amiga.
Nem rico, nem gênio. Sou apenas eu.
E se vc um dia me conhecer pessoalmente vai saber que sou um cara comum, simples e que ainda tenho muita estrada a percorrer...
Não sou modesto. Né nada disso.
Eu sei, que depois de 50 anos de leitura e escrita, e uns 40 e tantos de poeta, teria, pelo menos de ter algum jeito pra coisa... hehehe
Mas isso depois de muito papel jogado fora. E de escrever muita coisa e jamais ter coragem de publicar. Agora perdi o medo. E lhes mostro esses passos. O meu rastro. Isso sou eu, amiga. Apenas isso...
Abraço fraternal.
Ila,
bom saber de ti, maninha.
A gente fica cheio de cuidados qdo alguém se cala por aqui. Cadê Jacinta? Tb sumiu, né?
Abç fraterno.
Malu, amiga querida,
bom ter vc por aqui.
Abraçamigo e fraterno.
Se és gênio ou não, Eurico pode até ser irrelevante, mas que essa tua maneira simples de ser poeta, de caminhar des-encaminhando as palavras é fato!, e não há quem possa negá-lo, nem mesmo tu, 'stás ouvindo? Um simples passo, uma alternância entre um pé e outro; um muro sendo preenchido por heras,
um fio núbio... e tudo vira POESIA!
Obrigada, amigo, por compartilhares
essa tua simplicidade cada dia mais poética!!!
Um grande abraço
Se te chegas às mãos um verso em pelos
tu o vestes
ou mostras a ele tua vergonha?
Beijinho encantada, Eurico!
Cirandeira, amiga,
vcs me enchem o ego e eu fico assim meio... bolha de sabão.
Mas agradeço mesmo é pela generosidade de minhas amigas e amigos, que sei que é imensa!
Analuz, respondendo à tua instigante pergunta:
qdo me chegar às mãos um verso, assim, desnudo,
quedarei ante ele, pasmo, silente, mudo...
Não hei de lhe mostrar nada de meu, nada sou eu
e o verso é tudo.
(Vizinho, deixa eu me esconder nessas entrelinhas e descansar no vácuo do poema-não escrito, nas linhas não-traçadas? Quando o poema mover-se, quero aprender com ele, esse andar poético que sabes tão bem!)
Adorei a resposta poética, Eurico..
Se verso desnudo
me aparece
fico mudo
dispo a veste
se caso nu
eu já esteja
visto sua nudez
benfazeja
Beijinho!
Que vergonha pode haver num verso desnudo?
Que resposta maravilhosamente linda! O Eurico em verso, claro e desnudo.
Agradeço-te pelas IMENSAS belezas aqui encontradas, elas cobrem a alma de luz.
Canto da Boca,
que bom te ler:
"Um poema não-escrito nas linhas não traçadas",
vc acaba de desnudar o poema-quase-nu...rsrsrs
Abç sempre fraterno, vizinha.
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