Uma Epígrafe
"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]
quarta-feira, agosto 03, 2011
AGOSTO (poema-escorço)
Alça-se do nada o nada
Coisa efêmera
de alma leve
E arrastada por rajadas rarefeitas.
Pluma suave, livre, breve
coisa de seda com listras.
E empina-se
linha zero em losango de taliscas,
Rodopios, nuvens brancas
as lufadas, céu de anil.
Sopra a brisa na enseada.
Dá saudade.
Ainda espero...
(quero-quero)
Fonte da imagem:
céu azul
Sounds of Nature - Chinese Bamboo Flute Music
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5 comentários:
Demasiadamente lindo, Eurico!
Versos feitos de plumas...
Puro encantamento a enlevar a alma!
Riqueza...
Abraço bem forte da
Zélia
Ah essa saudade! O efêmero é mais denso aqui.
LINDO DE MATAR VENTO.
Beijos
Mirze
Lindo, Eurico, emocionante, emocionada!
Dedicar uma hora pro poema em trilha sonora. Porque é para o quê os humanos deveriam ater-se, ao jogo colorido de ar, seda, sol e céu, propondo desenhos individuais aos riscos no coletivo anil; cada um a seu jeito, cada um no mais elevado processo lúdico e saudável, num fluir de pipas e balões a gás, num creare creatus. Ah, a esperança - é ela que me move.
Amigas,
Mirze, Rejane, Zélia,
bom dia!
Estou saindo pro trabalho. Vcs não sabem o que essa frase simples representa pra mim. Ir ao trabalho nessa manhã de sol. Sol de inverno.
Tudo mudou. Esses meses de julho/agosto era o mês dos papagaios-de-papel, nome das pipas no nordeste. Meses de ventania, da ressaca sobre os arrecifes... meses de correr pelas campinas-hoje-favelas, do meu subúrbio.
Mas nada impede de me sentir menino, ao sair para o trabalho.
Caminhar, dirigir o velho Fiat Uno, dar bom dia aos passantes.
Bom dia!
Carpe diem!
Abraço fraterno.
Ah, hj ainda comentarei Agosto (poema-escorço) no Um Cronist'Amador. Deixarei o link na postagem.
Belíssimo canto nostálgico...
Beijinho encantado!
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