Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

sábado, setembro 09, 2006

Às crianças do Líbano (in memorian)



Não há uma voz sequer que se alevante
contra a infâmia e a covardia
Vendo o Israel de Deus a cometer
um frio genocídio à luz do dia?
Não cobrem o rosto de vergonha,
ao praticar seus crimes. Descarados,
Atiram os seus mísseis
sobre infantes desarmados.
Ah, cedros do Líbano,
até quando havemos de assistir
A morte de inocentes
Que, indefesos, ao cair
Sob o impacto das bombas
neonazistas de Sião,
Erguem os olhos a Deus,
(se há um Deus na imensidão:
Se Alah, Javé, Jesus, qualquer que seja
o Deus, de Sarah ou de Hagar)
olhos puros de cordeiros,
os corpos, postos no altar,
expostos em holocausto,
as crianças do Líbano,
vítimas desse grande Mal,
volvem os seus olhinhos
pra esse Deus Imparcial,
e imploram por Justiça,
se, em verdade, há um Juiz Final,
que aos vivos e os mortos,
em seu trono há de julgar,
quando, então, essa Justiça chegará?

Eurico, agosto 2006
(mais um clamor do que um poema)

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