CARNAVÁLIA E. B. Brito |
Untar de fantasia o corpo pela rua
Esse mesmo corpo que sustenta, nua,
a realidade.
Untar-se, pois, e besuntar –se
de toda a fantasia
possível e imaginável.
de toda a fantasia
possível e imaginável.
E dessa fantasia estão surgindo sempre
os monstros e os mantras.
Brincantes são crianças,
grotescos e risíveis,
gigantes claudicantes, feios, deselegantes:
O Calunga,
O Mão-molenga,
O Mão-molenga,
Os Diabretes e os Bufões...
Olé! Olá! A fantasia está
na rua!
Essa rua que serpeia com os dragões
Essa rua que serpeia com os dragões
dos átrios de Beijing, aos antros da Bonfim.
Aqui dançam-se troças, farsantes e gracejos.
E o que vejo?
Ladeiras, suor e beijos
e a obscenidade boa e livre dos cortejos.
É a fantasia, essa que passa
em blocos (de palavras),
os tropos sobre antropos.
É a fantasia, aquela que faz graça, faz metáforas
e banha os corpos de alegria
(apesar dessa dor nossa de cada dia)
Essa alegria fescenina,
é a fantasia,
ridícula,
delírica,
de riso, gozo, festa e pirueta
de treta, de mutreta.
É a fantasia,
ao som contagiante das retretas.
Quem vai buscar sentido ao pueril?
Eurico
07/01/2013
Fonte da imagem:
AbARCA
6 comentários:
alguns tomam ópio, como é mesmo este poema de Bandeira, eu bebo versos e me deixo embriagar,
abraço
BONITO; muito bonito!!!!
Bonito, bonito mesmo.
DE NOVO!!!!!
"Uns tomam éter,
outros cocaína.
Eu já tomei tristeza,
hoje tomo alegria."
Creio ser este o poema de Bandeira ao qual alude, Assis.
Abç cordial
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