Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

sábado, janeiro 12, 2013

BONECO DE ENGONÇOS (notas para uma analítica da folia 2)

O PALHAÇO
E. B. Brito



























Vem, todo engonçado,
nessa fatiota,
liforme listado,
nariz de bolota.

Quem te pôs engonços?
Foi Deus?
Foi o Acaso?

Bem,
não vem ao caso,
se girar nos gonzos é o teu destino.
Glosa o inesperado, mercê do fortuito,
Poeta dos saltos soltos e dos sustos,
Pândego das troças, do riso gratuito.
Eis a tua sina:

Rir, todo engonçado,
nessa fatiota,
nesses suspensórios;
corpo articulado,
nas calçolas frouxas,
nas imensas botas,
liforme listado,
nariz de bolota.




Fonte da imagem:
AbARCA

2 comentários:

ebbrito disse...

Muito bom irmão!!!

Luis Eustáquio Soares disse...

assim no carnaval de viver,
fora das formas-fôrmas,
na alegria de se perder no vinho
dos ritmos dos acasos, os quais,
é verdade, jamais podem vir
ao caso, nunca se transformando, portanto, em casos dados.
saudações de um ano plenamente foliônico,
a
l