Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

terça-feira, setembro 18, 2012

ESTUDO Nº 1 (poesia incidental)

FOLHAS - E. B. Brito
























Poderia ser Debussy,
se as folhas, pequeninas asas,
voluteassem sobre nós.

Poderia ser Debussy,
e a fauna acataria o fauno
sob os raios meridianos.
Decerto, nessas copas frondosas
Surgiriam generosas, as alas, em dó sustenido maior.

Se fosse Debussy
haveria condão de nuvens
e rajadas altissonantes
pelos cabelos em desalinho
de uma menina, em diáfano trampolim.

As árvores, naturalmente majestosas, alçariam vôo...

Assim,
Seríamos novas manhãs,
Novas sonoridades,
e não mais esses gritos estonados sob um tropel.


 
Releiam,  ouvindo um cristalino piano em Arabesque nº 1, do eterno Achile-Claude Debussy:



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3 comentários:

Vanessa Vieira disse...

Que beleza de verso Eurico.

Ahh... se fosse Debussy!!!

Vim agradecer sua visita ao blog Pensamentos e saio daqui encantada. Um abraço!

lula eurico disse...

Grato, amiga.
Tb fico extasiado com o Debussy...

Abç fra/terno.

vieira calado disse...

E se houvesse as vozes do mar
ainda melhor poderia se Debussy

Saudações poéticas!