CORTINAS - E. B. Brito |
Subindo para o geral, sem jamais se desprender do ponto de partida, a ascensão metafísica é similar ao papagaio de papel a subir sempre mais sem desprender-se do cordel de quem o puxa; somente sobe porque está preso à terra. O metafísico, homem pequenino a puxar pelo cordel de suas idéias, atira o seu pensamento para as alturas; com as idéias intencionalmente nas nuvens, subirá sempre mais, à medida que der impulso a partir dos dados primitivos de sua própria metafísica. (Evaldo Pauli)
Luzeiros na noite escura.
A chuva em que viça a flora.
Deliciar-se em doçura.
A tua presença agora.
Súbita flor na planura.
Uma ária ao romper da aurora...
Pobres dos que não os percebem!
Antes, os bêbados,
os clowns,
os birutas,
os poetas...
(Todos os que não padecem
da abulia que acomete
os normais e os exegetas.)
Mas, o que é isso, de fato?
Isso, indizível, mas, evidente,
que, vez em quando, invade,
assim, de lírica, a mente?
Flor, luzeiros,
chuva, aurora,
viço, doçura, presença...
Brilha nisso, simplesmente,
um indício in/ato,
de certa instância:
a estesia.
Pulsa um Ser, em entreato,
pulcro e abstrato:
A poesia.
Villa Lobos, Bachiana nº 5, Amel Brahim:
DELÍRICA
3 comentários:
delírico cá estou eu, em lírios abismado,
abração
Que belo pulsar temos por aqui!
Encantada com tanta poesia...
Abraços!
Beleza beleza beleza
Postar um comentário