Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

segunda-feira, julho 19, 2010

Mergulho
























imagem Google

a realidade e as águas..
lanço-me a elas tal como as encontro

quem se atira a um rio
não lhe indaga o seu ser

lancei-me ao rio e existo
isso está patente
mas, de onde me vem o espanto?
Do evidente
:
a realidade e o rio...
surpreendo-me dentro dela
e resisto em braçadas natatórias.

13 comentários:

Canto da Boca disse...

Existe e resiste, porque às vezes é muito aprazível também nos deixarmos levar pelo sabor da correnteza, dos ventos... Talvez o espanto seja do que passa a ser evidente, porque nem sempre está óbvio, nem sempre temos olhos para enxergar. A vida é semre uma grata surpresa, assim como as paisagens que se transmutam ao longo da margem do rio, Vizinho. Belo poema ainda mais com essa analogia entre homem, natureza; homem e sentires e sentidos tão vastos, quant a nossa vastidão.

Abraço!

Canto da Boca disse...

Existe e resiste, porque às vezes é muito aprazível também nos deixarmos levar pelo sabor da correnteza, dos ventos... Talvez o espanto seja do que passa a ser evidente, porque nem sempre está óbvio, nem sempre temos olhos para enxergar. A vida é semre uma grata surpresa, assim como as paisagens que se transmutam ao longo da margem do rio, Vizinho. Belo poema ainda mais com essa analogia entre homem, natureza; homem e sentires e sentidos tão vastos, quant a nossa vastidão.

Abraço!

lula eurico disse...

Vizinha,
vc vai me fazer alterar o poema...rsrs Fica a co-autoria.
Pois que não apenas existo, mas, como diz a vizinha... resisto.

Abraço fraterno.

Anônimo disse...

"Hoje sou só saudades do Tejo
desaguando no Capibaribe."

...

Mergulhei no seu rio, e saí banhada da nota que o blogueiro plantou na margem lateral.

Missão nobre.

Praça Pública onde gosto de pass[e]ar.

Um beijo.

lula eurico disse...

Katiuscia, amiga,
não é tanto missão, mas submissão às circunstâncias...rsrsrs pois o tempo do jornal, com suplemento literário, era um outro tempo. O grande jornal está com os dias contados. Veja o exemplo do JB, que está migrando pra internet. Sinal dos tempos.

Persigo, mas sei que não alcanço, o exemplo do Ortega.
E agradeço tua presença, sempre generosa e inteligente, nessa pracinha da nossa província.

Abraço fraterno.

Claudinha ੴ disse...

Olá Eurico, seu eu lírico me encanta. Gosto das imagens do rio, de suas margens opressoras e de sua aparente calma, escondendo sua reação à esta opressão. Gosto do rio que sai de nossas mentes e lava as almas com palavras lindas. Lindo poema, linda analogia...
Beijo.

lula eurico disse...

Antiquíssima é a analogia do rio... não é, Claudinha... mas sempre se renova, como tudo em volta...rsrsrs Nademos...

Abraço fraterno.

Unknown disse...

Os rios me encantam, exatamente pela bela analogia que fizeste...
às vezes melhor deixar-se levar pelas correntezas, todavia, resistindo, nadando sempre, insistindo.
Tudo isto porque a vida vale a pena sempre, não é mesmo?
Beijos

Brisa Nordeste disse...

Olá Eurico,

Retribuo a gentil visita e me encanto com seu Eu-Lírico. Obrigada por me dar a conhecer sua 'deliciosa praça pública'

Um grande abraço de seis voltas e meia!

Paula Barros disse...

Talvez seja nesse se lançar - no rio da vida - no mar de emoção - na imensidão do azul da mente - que nos faz ser...e renascer...e reviver ....e viver...


abraço

lula eurico disse...

Paula,
nada mais exato! Viver é lançar-se ao rio que flui, numa "exatidão aquática", como diria o nosso Carlos Pena Filho, em um de seus poemas.

Abraçamigo.

carmen silvia presotto disse...

Eurico, mergulhei no teu lirismo e meu eu se desmembrou entre versos... parab´ns, teus momentos trazem Poesia, trazem Leitura e conVersam muito.

Obrigada pela visita lá no Vidráguas e cruzando versos, encontros, ideias e Poesia, seguimos... Juntos seremos mais e melhores.

Um abraço

Carmen Silvia Presotto

lula eurico disse...

Carmen,
é bom ir conhecendo pessoas com vc. Poetas como vc. Repito o que já te disse em email: a web é uma benção, uma dádiva, uma sei lá o quê...
digo isso pq jamais nos conheceríamos, nem trocaríamos idéias, poemas, afagos intelectuais.
Isso é algo surpreendente e pós-moderno: a amizade virtual.
Cultivemo-la!

Abraço fraterno e cordial!