Nenhuma realidade é estática,
feito uma fera empalhada na vitrine:
Essa que vemos sempre nos enlaça.
Mesmo que seja assim, umbrátil e baça,
E que algo, nela, pouco se define.
Poderá o incauto ser flaneur na vida
E deambular por sua circunstância
Como quem nada sente e nada vê...
Mas a realidade é onça e avança sobre a gente
Com dores e prazeres, e, de boamente,
Abocanha-nos o ser
Se houver Seca, então, bem dentro d’alma...
(e o estio é mais feroz que u'a mera onça,
é a melancólica sombra que ronda
sobre quem passa, no ermo em que vivemos,
e a tudo abrasa),
...vai ser preciso se prover de palma
e de cantis, se esse deserto avança.
Plantar um inverno, e, se possível, calma.
Sonhar um açude e untar-se de esperança...
Eurico
14/05/2013
Imagem:
AbARCA,
de Emanuel Bezerra de Brito
Natal - RN
Esperança E. B. Brito |
Nenhuma realidade é estática,
feito uma fera empalhada na vitrine:
Essa que vemos sempre nos enlaça.
Mesmo que seja assim, umbrátil e baça,
E que algo, nela, pouco se define.
Poderá o incauto ser flaneur na vida
E deambular por sua circunstância
Como quem nada sente e nada vê...
Mas a realidade é onça e avança sobre a gente
Com dores e prazeres, e, de boamente,
Abocanha-nos o ser
Se houver Seca, então, bem dentro d’alma...
(e o estio é mais feroz que u'a mera onça,
é a melancólica sombra que ronda
sobre quem passa, no ermo em que vivemos,
e a tudo abrasa),
...vai ser preciso se prover de palma
e de cantis, se esse deserto avança.
Plantar um inverno, e, se possível, calma.
Sonhar um açude e untar-se de esperança...
Eurico
14/05/2013
Imagem:
AbARCA,
de Emanuel Bezerra de Brito
Natal - RN
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