Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

domingo, setembro 25, 2011

BICICLOS



















Se Ísis ressurge sempre
nesse equinócio e acende
o Sol, deslizando em patinetes,
de um azul ciano, celeste,
por que fica essa escória
escura sob os ciprestes?
Por que, em vez de orvalho, chorume,
e em vez de flores, estrume?

No pátio, as sucateadas palavras
gastas e o eterno
retorno da pátina
que invade parques e praças;
Mas, Ísis surge com graça,
deslizando em patinetes,
e vem mascando chicletes,
os seus cabelos ao vento...

Respiro fundo: é setembro.
Quem há de parar o tempo?




Fonte da imagem:
Niño em patinetes

5 comentários:

Unknown disse...

Belíssimo!

Enquanto existir poetas assim, O TEMPO NÃO PARA e Isis vem solta e bela para aproveitar o sumo da poesia.

Sua, claro!

Beijos

Mirze

Unknown disse...

o tempo é essa inconstância que nos move e não nos damos conta, passam leves as alvoradas dos nossos dias



abraço

Evanir disse...

Estar aqui no seu blog hoje
é mais uma benção divina.
Que a nova semana seja de paz na sua vida.
Que o amor fassa parte não só dos seus sonhos ,
mais sim uma realização .
Ter você como amiga é muito mais
do que mereço.
È por isso que estou trazendo essa mensagem
pois não quero que você me esquesa.
Um beijo no coração pra sempre sua amiga,Evanir.

Rejane Martins disse...

Só mesmo esta imagem de Ísis pra compensar estes em vez de - dores e flores de setembro.
Respiro contigo, Eurico, em vida vinda antes de nós.

cirandeira disse...

Porque Ísis não é mais aquela, o
Tempo encarrega-se de reciclá-la,
e, brevemente, surgirá uma Ísis
robótica cheia de bips e bytes, meu
amigo!

grande abraço