(...) Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular, em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas - deusa disto, deusa daquilo, já tontas e
[seminuas.
A turba ávida de promiscuidade,
Acotovelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhe flores. (...)
SONHO DE UMA TERÇA-FEIRA GORDA (fragmento)
Nota do blogueiro:
Estamos acampados no Sítio (intra-histórico) d'Olinda.
5 comentários:
O carnaval motivando-nos em suavidade, belezas e alegrias. Vamos lá, vamos no AQui, ao acampamento.
da tristeza não se foge
da tristeza não se esconde
da tristeza não se apaga
mas no carnaval se sacode!
Beijo
a evocação de Bandeira que corria seus olhos pelos passantes delgados em suntuosa folia,
abraço
Eu ando ligada aqui. Curiosa e aprendiz! rs
Beijos,
Quase todas as imagens povoadas de afeto ao redor da sombrinha sapo - tão essência tudo que já é, tudo que pode ser, em vida que pulsa por bandeira e gesto.
um abraço, Eurico.
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