Tudo fenece no pátio de manobras.
O zinco ferruginoso dos autos abandonados
denuncia um mundo perecível;
Deu em nada o fundo eterno dos gregos
e o ser espinozano ainda persevera em ser.
Mas o orvalho
molha o asfalto
e escorre,
escuro e impune,
pela linha d’água.
Ainda resiste a physis,
em circ’los,
em ciclos.
Todos os raios giram sobre o eixo vazio.
Ísis ressurge,
montando sua bicicleta bela e azul.
Fonte da imagem:
Moça e bicicleta
5 comentários:
Vamos dizendo poemas pelo sabor de dizer, não mais pelo que se diz. Já apontava R. Barthes as afinidades e ligações entre saber e sabor. Vamos saboreando esses 'esses' e seus vizinhos 'cês' e 'zês' de Ísis ressurge montando sua bicicleta bela e azul. Do nada dizer surge a sensação de que propomos outros mundos.
silencio encantada...tem coisa melhor que o silêncio do êxtase?
beijinho com admiração, Eurico!
Sim, muito bem dito que tudo fenece no pátio de manobras.
Há de se fecundar novos sonhos em campos férteis e sem máscaras.
Adorei o poema e a cor da bicicleta de Ìsis é perfeita - AZUL da cor do UNIVERSO.
Abraços
Teu poema? Curva plana em concha espiralada na margem líquida.
Sim.
Nada dizer, amigos,
nada pensar, amigas.
Coisas em cinemascope.
Apenas movem-se.
Uns, apressados, dizem disso:
É primavera.
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