Uma Epígrafe



"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]

terça-feira, julho 22, 2008

Ave, Poesia! Ave, Poeta! Ave, Dora Vilela!





















E eu que ando me esfalfando a buscar nos mitemas, nos arquétipos e outras imagens do meu pobre inconsciente, o embasamento da minha parca e bissexta poesia, subitamente, recebo esse verdadeiro encontro com o numinoso, no blogue da Dora Vilela. Não resisti e trouxe comigo, para quem quiser alimento para a alma, nesse mundo tão carente de beleza. Ave, Poeta! Ave, Poesia! Ave, Dora Vilela!


Exegese


O que não existe significa a entrelinha.

E um mundo cabe aí, de mistério e crença.

O que não cabe na palavra é cabível no segredo particular.

Ninguém sabe a face interna do meu rosto que sorri,

nem mesmo eu.

Simbolizamos a vida na ação aleatória do tempo a se esvair.

Meu testemunho comunica apenas que existo na pulsão dos momentos.

Não há significado para este signo que se desenha na palavra VIDA.

autora:

Dora Vilela

Fonte do texto e da imagem:

http://pretensoscoloquios.zip.net/

16 comentários:

Canto da Boca disse...

"Na lata do poeta tudo nada cabe, mas ao poeta cabe fazer com que na lata venha caber o incabível..."

;)

Dora disse...

Caríssimo! Obrigada pela homenagem (e pelo comentário com que me honrou!). Se sua busca é pela protopoesia, não sei se é exatamente o que eu buscava...Porque, minha procura é sempre pela vida-em-si...Coincidem as buscas?
Beijos de carinho.
Dora

lula eurico disse...

Oh, Dorita Vilela. Como é curto esse espaço para responder pergunta tão profunda. Vou apenas dizer, e não é jogo de palavras, que minha busca é fundamentalmente pela vida-em-mim. E não me entenda mal. Busco sim, esse processo que se esvai e que se mantém, pois é nele que se radicam todas as realidades, até a Transcendente. Como não consigo saltar metafísicamente na vida-em-si, tento entendê-la em mim, observando-me em funcionamento, isto é, vivendo. Bem, parece que dá no mesmo, né?
E um dos motores desssa existencia é o mito, que deriva dessa protopoesia, que está aqui e agora, nessa comunicação virtual.
Abraçamigo e fraterno.
Feliz por poder desfrutar dessa amizade. Grato.

Canto da Boca disse...

Osmaniando entre leões,
a ouvir o tique-taque
de um eterno relógio
de parede,
enquanto amantes rolam sobre um tapete
onde esvoaça
um pássaro de seis asas...


... E às seis da tarde
O pássaro bate asas e levanta vôo
E no vácuo das horas
Amantes se dão
Rolam pelo chão
O barulho que se ouve
Apenas o tique-taque
Dois corações
Num tempo sem relógio
Emoção!

Loba disse...

"Ave, Poesia! Ave, Poeta! Ave, Dora Vilela!"
Tanto é belo o poema qto a atitude de trazê-lo! São dois grandes poetas!
Um beijo num, beijo noutro!

Jacinta Dantas disse...

Eita Eurico...
com a generosidade à flor da letra. E a Dora, desnudando a palavra com seus signos e significados, merece todo o aplauso.
Beijos

Ilaine disse...

Eurico, amigo!

Que bom voltar aqui...
Tudo continua muito especial.
Saudades eu tive!

Beijo
Ilaine

Luis Eustáquio Soares disse...

belo poema, amigo, e é por isso q a tartaruga ganhou a corrida do veloz aquiles, porque a mínima distância, à frente, que ela teve, pra começar a corrida foi suficiente pra ela vencer, e o foi porque o mínimo contém a desmedida do infinito de escalas infinitas, de modo que entre um entre e outro há entres a perder de vistas...
saudações do amigo
luis de la mancha

Luis Eustáquio Soares disse...

salve, poeta, que venho te ler, te reler, te tresler... tudo bem?
meu abraço,
luis de la mancha

Heduardo Kiesse disse...

Um texto apelativo e de alto grau poético! Abraços, gostei muito!!

Ilaine disse...

Eurico!

Volto aqui para reler tantas poemas. Palavras tuas e as de Dora.

Saudades! Vou lá visitar o seu compadre!

Bj

RENATA CORDEIRO disse...

Olá, meu amigo empático!
Há quanto tempo! E que poema lindo! Continue a publicá-los, pois são belíssimos e de uma profundidade ímpar. Também fiz um post singular, em que publiquei obras de vários colegas da Blogosfera. Por favor, vá visitar-me, faz tanto tempo que não nos encontramos! Conto com vc, meu amigo, por favor.
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
Um abraço,
Renata Cordeiro

Dauri Batisti disse...

Bela homenagem. A dora merece. Parabéns Euricp.

Unknown disse...

cai de para-quedas em seu blog, linkado pelo dauri. muito bacana seu material. sensibilidade ventilada, com cara de pão saindo do forno agorinha agorinha.

Caio Miniaturas disse...

Viva a vida e, principalmente, aqueles que sabem fazer dela poesia pura. Abração e uma ótima semana.

ALBERGUE MENTAL
http://caioalbergue.blogspot.com

RENATA CORDEIRO disse...

Coisa linda, a imagem, a poesia, meu amigo empático. Que coisas belas publicas. Também acabo de publicar algo de belo. Um post feito a várias mãos, ou seja, vários colegas da Blogosfera contribuíram para esta postagem. Venha apreciá-lo.
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
Um beijo,
Renata
Faço questão da tua presença