Uma Epígrafe
"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in
O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]
O guardador de rebanhos - VIII
10 comentários:
Ah! Desisto de comentar aqui...
O que acontece, amigo? Não há uma vez que meu comentário entre...
Desisto...
Beijos.
Dora
Não, amiga, não desista. Vc é a minha leitora ideal. Teu comentário está aí. Bem, tua desistência...rsrsrs
Eurico...eu havia escrito, ao correr livre da pena...que a Inquisição não iria poupar mesmo o poeta e o poema. Já estariam na fogueira.
Mas, eu não quero falar das heresias. Quero é dizer que fiquei encantada com esse menino-deus, que é o símbolo da nossa própria infância no tempo.
Desejo um menino desse prá mim! Para me ensinar, passo a passo, de novo, a vida que não dói, apesar de tudo...
A intimidade do poeta com o "menino" ultrapassa em doçura e delicadeza qualquer "adoração" dos religiosos por um Deus abstrato e longínquo...
Beijos para você!
Dora
Concordo com vc, Dora. Creio que Pessoa fere a questão no exato ponto, ou inexato, rsrsrs ou pelo mesmo com a exatidão aquática dos peixes, como dizia o poeta Carlos Pena Filho. Bem, entre a intimidade com o deus-menino e a religiosidade abstrata e teológica, fico com a primeira, e bem feliz. rsrsrs
Eurico!
Saudades daqui!
Que bom encontrar com você e com Pessoa. Lindo poema!
Beijo
eis, poeta, os acasos concorrentes, que a poesia do guardador de rebanhos é a nossa inspiração - palavra desgastada pelo pré-durante-e-pós-estruturalistas -, desde sempre...
grato pela vista e alegria pelo poema...
luis de la mancha
Alguns seres estão acima do bem e do mal, são demiurgos. Um desses é o Pessoa e no entanto, ao te ler e a ele também, remeti-me ao livro (um dos melhores que já li no gênero), A Utopia do Poderoso Império - Maria de Louredes Vianna Lyra, onde ela faz a antropologia da terra brasilis, desde o porquê dessa alcunha, passando pelo delírio de Vieira quando em conjunto com a coroa de Portugal, idealizaram, o Império Português, d´além mar, quando nas missões por essas plagas a intenção era mais do que a pseudo-autonomia; e que o império também se fazia possível pela dimensão territorial da "nova terra". E nesse livro, diferentemente de Vieira e outros poderosos, Fernando Pessoa, sonha também com a construção e sempredade; e a utopia do poderoso império, desta feita um Império Cultural, onde todas as vertentes do campo das idéias sociais, se firmassem na idéia de união dos países lusófonos como as maiores potências da cultura no mundo. É um delírio, eu sei, mas vale a pena ler. Porque é um mergulho na gênese dessa utopia; para pessoa, o Brasil era a própria utopia, uma terra de sonhos. A possível continuidade do mito do Quinto Império, idelaizado séculos antes, por Padre Vieira; " [...] se deve chamar com a mesma razão e propriedade o Quinto Império do Mundo. . E porque todos os outros Impérios, passados e presentes, por grandes e poderosos que fossem, ficaram fora da ordem desta sucessão, que começou no primeiro e há-de acabar no Quinto (que será também o último), por isso as Escrituras Sagradas não fazem menção nem memória alguma deles, como também nós a não fazemos. Nem eles, por muitos que hajam sido, ficando fora da mesma ordem, podem acrescentar número ou lugar ao novo Império com que mude ou exceda o que lhe damos de Quinto (Vieira, 1982, p. 241)."
A leitura é soberba!
Abraços.
;)
Não tinha atentado pras omissões... De qualquer forma, vamos convir que, censura à parte, Pessoa na voz de Bethânia é um bálsamo!
Concordo contigo, amigo, e foi esse o motivo de ter colado esse vídeo aqui. Mas o poema integral, tem um peso totalmente distinto desse recitado pela musa baiana, de quem sou fã, e irmã de um dos maiores poetas do Brasil, o Caetano. Mas já pensou cortes em Eu Neguinha, ou mesmo em Sampa? rsrsrs O poema é um todo.
Abraço fraterno.
Maria betenia, tudo de bom. abraços
victors.gomez -
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