se há poesia
em buscar vozes ao dicionário?
se há beleza em formar cores na paleta?
se na pedra já habita a forma inata?
Quem sabe...
Mas todas essas cousas
mesmo as que em desuso emergem
as mais obsoletas
querem um lugar ao sol
e mostram suas faces ávidas
essas cousas assim despercebidas
esse vaso vazio
essa cousa pressentida
essa idéia de vida
o poeta escava fundo e também lavra
essa palavra...
Eurico
Poema dedicado a alguém que me questionou sobre certas palavras
arcaicas em meus poemas.
Não são palavras, são cousas vivas, evidentes e presentes. Antigo é o sentido que se lhes dava. rsrsrs
6 comentários:
Cousa, do Latim: causa.
Será possível tanta causa sem cava? Tanta pá sem pá_lavra?
Tanto olvido neste globo, nesta gleba? Não seria hora de tornar esse torrão de açúcar?
Feliz em te ver adoçando o dia da gente! Sinta-se abraçado, Eurico!
Também te abraço, amiga-escrita.
Cousa boa e boa causa para aqui estar: a amizade.
pressentir é um ante-sentimento, é como espreitar a palavra e dar-lhe a asa da transubstanciação,
abraço
Que belo poema no dia de seu retorno!
Adoro palavras arcaicas, mas tudo muda e também o hábito.
Tu sabes empregá-las bem e com douto saber.
Beijos, amigo poeta!
Mirze
De tudo se retira nada e vice-versa. A questão é a angústia quando não se pode dizer dela mesma. Ainda há, no entanto, os que o podem: poetas. Como tu. Desse modo, criam-se rosas autênticas. E borboletas. E vento. E nada. E tudo. Bj
Lícia
E escavas profunda e maravilhosamente bem, Eurico!
Só podemos nos renovar conhecendo as nossa origens, as nossas raízes,
sem elas não teríamos identidade!
Muito bom o teu poema!!!
Quero aproveitar a oportunidade para pedir-te permissão para usar
o texto de Carlos Pequeno do Espírito Santo;gostei tanto, que deu-me vontade de também publicá-lo, posso?
um grande abraço e obrigada pela visita.
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