
“...nos deram espelhos, vimos um mundo doente...”
Renato Russo
Certo dia descobrimos uns galegos
Com seu deus crucificado
e, incautos, nos entregamos, cordeiros,
ao holocausto...
Descobrimos a Europa
Com os seus princípios...de bosta,
seus missais e arcabuzes,
a sua ciência morta,
E com as doenças de um mundo
ranzinza e antivital.
Nesse dia tão medonho
nos tornamos Portugal.
Contaram-nos do amor desse deus manso e pacífico,
por seus tataravós assassinado,
E, poluindo nossas almas inocentes,
nos vestiram com esse manto fictício,
e esses valores nauseabundos do ocidente.
Quem sabe, Nietzche, salve-nos, quem sabe,
pela transvaloração dessa cultura.
E que a Tribo também morra ensandecida
nesse velho Novo Mundo infectado pela usura,
com rosários de prata sobre o peito.
e pedaços de oiro em nossos dentes.
Mas morramos numa festa do Quarup
sem pecado, sem medo e sem mentiras,
celebrando a floresta ou a que nos resta
alegremente livres...
sim, felizes!
Eurico 2006
Um comentário:
A aurora apaga-se, e eu guardo as mais puras lágrimas da aurora - Belo, Belo! como Manuel Bandeira.
Sinta-se abraçado nesta manhã, querido Eurico.
Postar um comentário