Uma Epígrafe
"...Quanto à poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles resíduos de paisagem, de memória e de sonho que a indústria cultural ainda não conseguiu manipular para vender."...[Alfredo Bosi, in
O Ser e o Tempo da Poesia, p. 133]
Exerço suavemente o meu ofício.
Não é difícil:
Eu faço bolhas de sabão.
Sopro num tubo,
esses fonemas
leves poemas
De voo breve...
Para entender meu métier,
Devo estar só.
Viver a bolha,
a brisa, o Sol…
Ao léu, à toa,
feito uma folha,
U'a frágil bolha.
Sumiu...
Fui eu.
Passei.
Adeus!