CANTEIRO DE OBRAS:

terça-feira, setembro 25, 2012

CÁLIX (um mitologema)

CÁLICE - E. B. Brito
 

De pé sobre as águas
Ergo até a fronte, em brasa,
A Palavra.
Seu hálito me invade
E acende a porta, a estreita porta,
Vazada sobre a noite dos tempos.
Mesmo quando sobrevoa-me em círculos
A ave do ocaso:
Nada dizer.
Nenhum pensar.
Nada ser.
Chorar sobre a cidade agônica
E olhar-me de fora das muralhas.
Tenho um centro ou dilato-me centrífugo?
Todos os ninhos estremecem vazios.
Estou sem mim.
Mas há címbalos.



 

Poema também publicado, anos atrás,  em http://www.blocosonline.com.br/
por gentileza da amiga Leila Míccolis - Maricá-RJ
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Imagem:
Cálice in AbARCA

Comentário deste poema em
Um Cronist'Amador


 

5 comentários:

  1. Beleza, beleza, beleza
    tú é poeta mermo cara,
    diz cada coisa bonita que só!!!!

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  2. Bonita poesia, já começa a tocar-nos pela sensibilidade que tiveste da imagem que a ilustra.

    Um abraço!

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  3. Grato, amigos, Manel e Will.

    Mas Manel, sofro dessa patologia, que acomete os sensíveis, a Poesia, desde pequenino.
    Creio até que tive uma piora, depois de maduro. Hoje não sei se chamo poesia ou delírio o que escrevo. Talvez seja por isso que me sinto tão cúmplice dessas tuas abstrações líricas.
    Tem algo de surreal, de onírico no que construo.
    E é isso.

    Abç.

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  4. oh deus salve, e oiço o bronze a ressoar


    abraço

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