CANTEIRO DE OBRAS:

quarta-feira, agosto 31, 2011

POEMA QUASE NU



Caminhar nada mais é
do que um pé alçado
e outro no chão.
O movimento é meramente o ritmo
de alternar os pés.
Andar, portanto, não carece de metáfora
nem de alusão.



Assim é este poema
Umas parcas linhas escritas
e outras não.
Alternam-se, ora as entrelinhas,
ora os signos.
Nada no poema move-se
para além do caminho que persigo.

Passos perdidos...

Eis a ilusão:

O adjetivo.






Fonte da imagem:
Passos

16 comentários:

  1. Lindo poema, meu querido Eurico!
    Refexivo...
    Abraço saudoso da
    Zélia

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  2. Li, fui à fuga da quinta e voltei pra te reler e dizer-te: bom demais ver-te caminhando, Eurico - palavras modificam o substantivo, iludem estes perdidos.

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  3. Mano, sei que ando em falta... Nunca, porém,deixarei de pensar e você. É assim, simplesmente.

    O poema quase nu- e nas entrelinhas tão belo... O adjetivo que define, que caracteriza... que veste.

    Beijo

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  4. EURICO!

    Porque você não se chama EuGênio?

    Impressiona como do nada sai um poema! Lindo!

    Beijos

    Mirze

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  5. Mirze, amiga.
    Nem rico, nem gênio. Sou apenas eu.
    E se vc um dia me conhecer pessoalmente vai saber que sou um cara comum, simples e que ainda tenho muita estrada a percorrer...
    Não sou modesto. Né nada disso.
    Eu sei, que depois de 50 anos de leitura e escrita, e uns 40 e tantos de poeta, teria, pelo menos de ter algum jeito pra coisa... hehehe
    Mas isso depois de muito papel jogado fora. E de escrever muita coisa e jamais ter coragem de publicar. Agora perdi o medo. E lhes mostro esses passos. O meu rastro. Isso sou eu, amiga. Apenas isso...

    Abraço fraternal.

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  6. Ila,
    bom saber de ti, maninha.
    A gente fica cheio de cuidados qdo alguém se cala por aqui. Cadê Jacinta? Tb sumiu, né?

    Abç fraterno.

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  7. Malu, amiga querida,
    bom ter vc por aqui.

    Abraçamigo e fraterno.

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  8. Se és gênio ou não, Eurico pode até ser irrelevante, mas que essa tua maneira simples de ser poeta, de caminhar des-encaminhando as palavras é fato!, e não há quem possa negá-lo, nem mesmo tu, 'stás ouvindo? Um simples passo, uma alternância entre um pé e outro; um muro sendo preenchido por heras,
    um fio núbio... e tudo vira POESIA!
    Obrigada, amigo, por compartilhares
    essa tua simplicidade cada dia mais poética!!!

    Um grande abraço

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  9. Se te chegas às mãos um verso em pelos
    tu o vestes
    ou mostras a ele tua vergonha?


    Beijinho encantada, Eurico!

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  10. Cirandeira, amiga,
    vcs me enchem o ego e eu fico assim meio... bolha de sabão.

    Mas agradeço mesmo é pela generosidade de minhas amigas e amigos, que sei que é imensa!

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  11. Analuz, respondendo à tua instigante pergunta:

    qdo me chegar às mãos um verso, assim, desnudo,
    quedarei ante ele, pasmo, silente, mudo...
    Não hei de lhe mostrar nada de meu, nada sou eu
    e o verso é tudo.

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  12. (Vizinho, deixa eu me esconder nessas entrelinhas e descansar no vácuo do poema-não escrito, nas linhas não-traçadas? Quando o poema mover-se, quero aprender com ele, esse andar poético que sabes tão bem!)

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  13. Adorei a resposta poética, Eurico..

    Se verso desnudo
    me aparece
    fico mudo
    dispo a veste

    se caso nu
    eu já esteja
    visto sua nudez
    benfazeja

    Beijinho!

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  14. Que vergonha pode haver num verso desnudo?
    Que resposta maravilhosamente linda! O Eurico em verso, claro e desnudo.
    Agradeço-te pelas IMENSAS belezas aqui encontradas, elas cobrem a alma de luz.

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  15. Canto da Boca,
    que bom te ler:
    "Um poema não-escrito nas linhas não traçadas",
    vc acaba de desnudar o poema-quase-nu...rsrsrs

    Abç sempre fraterno, vizinha.

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Grato pelo comentário. Receba o meu abraço fraterno e volte sempre!