
Há dias em que eu também perscruto o silêncio
E os meus olhos erram pelo vazio.
Não nego: busco uma voz, uma palavra, uma certeza.
Quando Deus silencia, também faz-se escuro em mim.
Mas eu... eu não sou nada.
Eu sou ínfimo.
Sou um sem sentido.
Entanto, imaginava que tu Teresa,
enquanto cuidavas de teus pequeninos enfermos
trazias a alma aquecida pelo próprio Criador.
E pensava:
esse era o combustível de tão imensa caridade.
Teresa deleitava-se em gozos celestiais.
Conversava com arcanjos e serafins.
Qual nada!
Jamais imaginaria que ela sofresse disso que sofro,
Desse mesmo e terrível mal.
Jamais imaginei que havia na alma de Teresa uma noite escura
E a dura solidão de noiva que se julga rejeitada.
Jamais imaginei que Teresa tirava suas forças da angústia,
Da sensação de um Deus inacessível,
Do silencio incomensurável de Deus.
Ao descobrir o véu da noite em tua alma, Teresa, mãe de Calcutá,
Madre de um mundo miserável e sem fé,
Fico envergonhado da minha indiferença diante do outro.
Tua dúvida, Teresa, não é, como essa minha, apática e vazia.
Tu duvidavas amando.
E eu apenas... duvido.
Tu duvidavas tratando leprosos.
E eu apenas... duvido.
Tua dúvida era submissa ao teu amor.
Dúvida santa e misteriosa...
Dela, e apesar dela, retiravas a força para realizar tão grande caridade.
Hoje, Teresa, tua dúvida ilumina a minha alma
Como um paradoxal clarão em meu des/caminho de Damasco.
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Consultem o tema em:
O Silêncio de Deus
e
A noite escura de Madre Teresa de Calcutá
Fonte da imagem:
Madre Teresa de Calcutá
Nas mulheres Tereza, o que vejo é Amor. O Amor que se sobrepõe à dúvida, ao medo... Amor que brota da angústia e se torna Amor-cuidado-Amor.
ResponderExcluirLindo demais esse post.
Um abraço
PS: Tens notícias da Ilana?
Quis dizer: Allana
ResponderExcluirAbraço, de novo
Allana foi adotada, digo melhor, doada a um outro casal, mais próximo da família. Creio que está bem. Allana, (Maria da Glória) é uma menina iluminada e já venceu uma mãe psicopata e um pai alcoólico de rua. Ela tem energia e determinação aos 2 aninhos. Ela vai longe...
ResponderExcluirGrato pela lembrança. Ela é minha filha do coração.
Prece estranhamente bela, comovente, poética, melancólica e dolorosa, camarada Eurico.
ResponderExcluirUm abraço.
Teresa que tocava vidas frágeis. Era infinita em bondade. Estou impressionada com a beleza de Teresa: quanta serenidade.
ResponderExcluirEstou impressionada também com o teu poema - imensamente lindo.
Aguardo outros!
Beijo,meu poeta!
Linda postagem Eurico!
ResponderExcluirBjs.
Boa tarde amigo Eulirico, como vai...
ResponderExcluirQue bonita essa prece poética, os Deuses sâo tâo maravilhosos e poderosos, pena que sâo silenciosos demais.Mas cada um tem o seu Deus no peito e o ouve dentro de sí, e como é saudável isso e recomendável, ter a sua fé nesses dias tâo conturbados.
Uma boa tarde e um forte abraço.
Quando Deus silencia está trabalhando. Que o silêncio possa ser sempre um sinal de boa aventurança em tua vida! Abraço, amigo! Mais um lindo poema!
ResponderExcluirGrato, amigos.
ResponderExcluirEm verdade não há silêncio, nem voz, no sentido humano, em Deus. Nele nos movemos, existimos e vivemos, dizia o apóstolo dos gentios.
Se há tantas linguagens e expressões entre nós, tudo é Dele e Nele.
Não sei se é assim, mas... como diz o meu amigo Carlinhos do Amparo: Viva Deus que pequeno sou eu!
Esse nome simboliza a bondade de mulheres intrépidas, apaixonadas e divinais que, vez ou outra descem a terra e fazem a diferença!!
ResponderExcluirUm beijão pra vc!
Lindo e comovente...
ResponderExcluirBeijosss
Cecília,
ResponderExcluirbem-vinda amiga!
Estou feliz por ter vc aqui.
Terça-feira o Ponto de Cultura lançará os cursos de Informática, Conserto de alfayas, Dança e Percussão. Vc está convidadíssima!
A comunidade está radiante e em breve estaremos brigando para colocar aquele povo no mercado de trabalho. O melhor é que é através da cultura de raiz, da força da identidade da nação Almirante do Forte.
Abraço fra/terno.
Eurico
ResponderExcluirBoa tarde
Só posso agradecer a oportunidade de ler mensagem tão serenamente forte.
Um abraço
Amigo Eurico, infelizmente, hoje não vamos poder ir à festa do Ponto de Cultura. Nosso carro quebrou, e acabamos de nos mudar pra Candeias, um pouco longe né, vai ficar complicado ir de ônibus. Mas, manda um abraço enorme pra Teté e nosso desejo de que o Ponto de Cultura seja um sucesso! E muita força, saúde e sote pra vc, amigo, para que possa continuar tocando em frente esse projeto tão legal! Depois me conta como foi a festa. Vocês podiam postar no blog do ALmirante as fotos, né? Abração!
ResponderExcluirOi Eurico,
ResponderExcluircá estou meio perdida, um pouco sem alento, mas tentanto emergir pq a vida me cobra e não sou de deixar de viver. Está sendo um ano estranho para mim onde as coisas tristes se unem as boas. Sendo assim vivo entre a alegria e a tristeza, mas torcendo para a alegria vencer essa batalha.
Bom ler tua poesia falando de um nome de mulher que simboliza força e amor, nas tuas palavras então que desnuda a ternura com tanta sensibilidade.
Beijos e desculpa a ausência.
P!
ResponderExcluirA festa foi maravilhosa. Os amigos que cuidam da filmagem e fotos devem postar, em breve, no blogue do Almirante, com certeza!
Eu saio de cena, uns dias, para a cirurgia. Será na sexta, dia 30/10, às 15h, no Hospital Memorial São José.
Abraço e a gente se vê, daqui uns dias. Festa é que não irá faltar...rs
Tudo de bom pra vc.
Beti,
ResponderExcluircom certeza a alegria e a vontade de viver hão de vencer. Tristezas não pagam dívidas. rs
Força!!!
Linda,inteligente e merecida homenagem.Bjs no coração.
ResponderExcluir“Quando as pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. E, para cobrir essa distância, precisam gritar para se escutarem. Quanto mais aborrecidas, mais forte gritarão para ouvir um ao outro e cobrir a distância que os separam. Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas, não gritam; falam suavemente e até sussurram.
ResponderExcluirQuando discutirem, não deixam que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.”
(Mahatma Gandhi)
Não acho que Teresa duvidava, ela simplesmente confiava. Entregava-se nas mãos de Deus, fazendo-se de veículo para o seu amor. Bom fim de semana! Beijus,
ResponderExcluirTem razão, Luma. E essa entrega é que faz a diferença.
ResponderExcluirAbraço fra/terno.
Eurico,
ResponderExcluirUma oração em poesia ou uma poesia em oração?
Bela, serena, emocionante!
abraços.
O que me faz sentir maior pequenez, é saber que a grandiosidade=generosidade pode ser alcançada com gestos simples, tantas vezes...
ResponderExcluirEla tinha amor nas mãos abertas.
Nós temos dedos apontados para nosso umbigo.
Poesia que comove.
Um abraço.
Katyuscia.