CANTEIRO DE OBRAS:

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Natividade 1 (O Kitsch)



As mais belas mentiras habitam aqui.
Nessa selva armada de concreto e cal.

Jogos de artifício.
Luzes de ilusão.
Magos mercadores,
Presti/digitação.

Verdes ruas doiradas,
feérica vermelhidão!

Nevascas fabricadas
com papel crepom,
Estrelas cintilantes
de processador,
e o excessivo choque
de imagem e de som.

As mais belas mentiras habitam aqui,
Nessa selva armada de concreto e cal.


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6 comentários:

  1. Como diz o próprio poeta: "o poeta é um fingidor"

    ...é como se fosse uma teoria literária baseada na poética da "Arte poética" do filósofo Ari,
    Ari? Isso, nosso Ari, aquele do Pari, que fica descobrindo as coisas no oráculo e que gira, gira, nasceu em Estagira... Eita, mas isso é coisa de mitologia, magia que manga da gente noite e dia? É bem isso, o poeta é isso, é mito, e magia, é noite e é dia e... ops, deixa pra lá.


    Ei, amigo Eu-lírico, quase híbrido de verdade, quase verde de: essa coisa do poeta pessoal, putz, desculpe a forma, como dizem (ouvi numa aprensentação de uma peça de teatro sobre a linguagem de alguns personagens) chucra, mas é que foi preciso, pois eu, amigo, prescindo de ler poetas assim, eu preciso, é a bonita, como diz Gonzaginha: é a bonita, é a bonita...

    Ótimo natal num átimo de felicidade.

    Abraços.

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  2. oi eurico,

    venho de te desejar boas festas e um 2009 cheio de bençãos em sua vida. Beijos.

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  3. retificando: não prescindo amigo, não prescindo, desculpe a falta do advébio de negação.

    Abraços.

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  4. Começar e encerrar com "As mais belas mentiras habitam aqui,
    Nessa selva armada de concreto e cal", arrepia até o coração. Forte demais esse seu olhar - enxergando a realidade dura e crua - para além da maquiagem e da fantasia estabelecidas.
    Forte!

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  5. Eurico,

    porrada na boca do estômago
    é o que sentimos
    quando lemos/ouvimos/vemos
    a realidade nua e cria
    da selva armada de concreto e cal
    com suas lindas mentiras...

    Abraços.

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