CANTEIRO DE OBRAS:

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

CARNAVÁLIA (excerto em Manuel Bandeira)


(...) Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular, em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas - deusa disto, deusa daquilo, já tontas e
[seminuas.
A turba ávida de promiscuidade,
Acotovelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhe flores. (...)





SONHO DE UMA TERÇA-FEIRA GORDA (fragmento)


Nota do blogueiro:
Estamos acampados no Sítio (intra-histórico) d'Olinda.


5 comentários:

  1. O carnaval motivando-nos em suavidade, belezas e alegrias. Vamos lá, vamos no AQui, ao acampamento.

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  2. da tristeza não se foge
    da tristeza não se esconde
    da tristeza não se apaga
    mas no carnaval se sacode!

    Beijo

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  3. a evocação de Bandeira que corria seus olhos pelos passantes delgados em suntuosa folia,


    abraço

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  4. Eu ando ligada aqui. Curiosa e aprendiz! rs

    Beijos,

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  5. Quase todas as imagens povoadas de afeto ao redor da sombrinha sapo - tão essência tudo que já é, tudo que pode ser, em vida que pulsa por bandeira e gesto.
    um abraço, Eurico.

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